Comunidade de São Roque, em Anchieta, celebra 30 anos de fé, cultura e tradição

A comunidade de São Roque, localizada no bairro de Subaia, em Anchieta, celebrou no dia 16 de agosto de 2025, o seu 30º aniversário. A festa, que reuniu cerca de 180 pessoas, marcou as três décadas de história, fé e união, desde a colocação da pedra fundamental em 25 de janeiro de 1995.

As comemorações, realizadas no dia do padroeiro da comunidade, começaram com uma missa solene, seguida de uma apresentação musical do jovem cantor Gustavo Ribeiro. O evento também contou com a tradicional roleta de prêmios, muito popular nas festas da comunidade, além de um bingo especial com seis prêmios e a oferta de diversas comidas típicas.

Um legado de fé e união

No contexto de celebração das três décadas da comunidade de São Roque, Dhyovaine Nascimento, o coordenador de eventos, destaca a importância de um povo que mantém viva a sua fé e tradição. Para ele, a festa em comemoração é mais que uma celebração; é a demonstração do legado de união e devoção que sustenta a comunidade, mostrando como a fé pode ser o pilar que conecta gerações e fortalece os laços comunitários.

O Sr. Eurico de Oliveira Costa, o primeiro coordenador da comunidade de São Roque, é uma testemunha viva da sua fundação. Ele se lembra de quando “tudo começou no sítio do Sr. José Costa Lima, o Zé Bixiguinha, com festas que uniam toda a comunidade para a construção da igreja”, e sua memória resgata o espírito colaborativo que marcou o início da jornada de fé e solidariedade, um alicerce que perdura até hoje.

A História de fé e devoção a São Roque

São Roque, venerado como padroeiro dos inválidos, cirurgiões e protetor contra a peste, viveu no século XIII, na França. Sua devoção, em Alto Pongal, foi difundida pela família de Alcides Ceccon e sua esposa, Terezinha Lorencini Ceccon.

Aos 88 anos, Dona Terezinha compartilha uma história de milagre. Em 16 de agosto de 1958, seu filho Elci, com apenas dois meses, foi diagnosticado com meningite e dado como morto. Em um ato de fé e intensa oração, a família invocou a ajuda divina, e o menino, contra todas as expectativas, recuperou a saúde e a vitalidade. Por ter ocorrido no dia de São Roque, o milagre foi atribuído ao santo.

Em gratidão, o Sr. Alcides Ceccon viajou a Aparecida do Norte, onde comprou uma imagem de São Roque e a doou à igreja local, espalhando a devoção. Dona Terezinha também faz questão de lembrar a grande ajuda recebida de Adriano Libardi, que a auxiliou nos cuidados diários com o filho convalescente.

Mais tarde, com a construção de uma nova igreja em 1980, as imagens dos santos foram devolvidas às famílias doadoras, e a de São Roque retornou à casa dos Ceccon.

Uma nova igreja para o padroeiro

Anos depois, em 1995, Elci Ceccon, então com 63 anos, já um devoto fervoroso, sentiu o desejo de retribuir a graça recebida. Ele comprou um sítio na comunidade de Subaia, em Anchieta, e doou o terreno para a construção de uma igreja. Com o apoio do Sr. Eurico Oliveira Costa e de outros moradores, a obra teve início.

Enquanto a construção avançava, a comunidade decidiu que São Roque, e sua história de milagre, seria o padroeiro e protetor do novo templo. Após cerca de cinco anos de eventos e doações, a Igreja de São Roque foi finalmente inaugurada em 21 de janeiro de 1995.

Elci e o Sr. Eurico recordam a emocionante carreata que marcou a transferência da imagem da casa dos Ceccon para sua nova morada. Desde então, a imagem permanece na igreja, abençoando fiéis e visitantes e, segundo a crença popular, operando curas e milagres na vida daqueles que nela acreditam.

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