Um grupo de pesquisadores do Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM), do Departamento de Ciências Biológicas da Ufes, assina o capítulo How does understanding epigenetics help circumvent HER-2 antibody resistance? (Como a compreensão da epigenética ajuda a contornar a resistência dos anticorpos HER-2?, em tradução livre), do livro Overcoming Cancers Resistant to HER-2 Antibodies (Superando cânceres resistentes aos anticorpos HER-2, em tradução livre), lançado pela editora Elsevier – por enquanto apenas a versão em inglês está disponível na loja da editora.
A obra descreve diferentes formas de reverter a resistência aos anticorpos HER-2 por meio da epigenética e de medicamentos de última geração para tratar o câncer. A epigenética é o estudo de como os genes podem ser ativados ou desativados sem alterar a sequência de DNA e isso acontece por meio de mudanças químicas que “ligam” ou “desligam” os genes, influenciando como as células se comportam. O material final provém de uma parceria com o professor Shi Hu, da Second Military Medical University (China), e com o professor Benjamin Bonavida, da University of California (EUA).
“O livro é uma fonte valiosa para pesquisadores da área do câncer, oncologistas, farmacologistas e diversos membros da área biomédica interessados em combater a resistência do câncer aos anticorpos HER-2. Foi um trabalho muito importante e apenas nós, brasileiros do Núcleo de Genética Humana e Molecular da Ufes, fizemos parte desta publicação internacional, juntamente com pesquisadores chineses e americanos”, informa a professora Débora Meira, pesquisadora do NGHM e uma das autoras do capítulo.
Conhecimento multidisciplinar
Os pesquisadores realizaram ainda a compilação de um extenso corpo de literatura, abrangendo duas décadas de pesquisas científicas sobre o HER-2 e seu papel proeminente no desenvolvimento e tratamento do câncer. A ideia é propor uma referência rápida e uma introdução abrangente que permita conhecer esse tópico permeado pela epigenética.
“Sabemos que o câncer é uma das enfermidades mais temidas em todo o mundo, sendo classificado como a segunda maior causa de morte por doença. A quimioterapia é notoriamente associada a múltiplos efeitos colaterais, alta toxicidade e resistência a medicamentos. A resistência celular a agentes citotóxicos é a principal razão pela qual a quimioterapia não consegue curar a maioria dos cânceres e, por isso, a modulação epigenética é tão interessante”, explica a pesquisadora.
O projeto tem caráter multidisciplinar. No texto do capítulo, os pesquisadores incluíram informações dos estudos de Bioinformática/Biologia Computacional que vêm sendo desenvolvidos no NGHM pelo discente Matheus Casotti, orientado pela professora Débora Meira e pelo professor Iúri Louro, com a participação de outros estudantes dos cursos de Ciências Biológicas, Farmácia, Medicina, Enfermagem, Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Química.
Informações de Ufes