Últimos Refúgios: Projeto busca recuperar equilíbrio com a natureza

Por Sabrina Ruela (sabrina@es365.com.br)

O Instituto Últimos Refúgios é uma organização não governamental capixaba focada na conservação ambiental, educação e divulgação científica. Nas palavras do próprio instituto, “um HUB de inovação para o desenvolvimento de projetos ambientais, sociais e culturais para uma relação mais equilibrada entre as pessoas e a natureza.” Pensando justamente nisso, o instituto promove dezenas de projetos e eventos para que a comunidade ao redor possa interagir, conhecer e se interessar por um trabalho que se estende desde 2006 e cresce dia a dia.

Projeto Lágrimas Do Rio Doce – Foto de Últimos Refúgios

O instituto foi criado com o objetivo principal da preservação dos ecossistemas e das espécies ameaçadas de extinção, além de promover o conhecimento e a conscientização sobre a importância da biodiversidade. Seus esforços buscam uma interação entre sociedade e natureza, produzindo resultados culturais, hábitos individuais e coletivos e até mesmo artísticos, com a participação de diretores e colaboradores voluntários.

Os voluntários e colaboradores do Instituto realizam diversas atividades, como projetos de conservação, documentários e campanhas de educação ambiental (inclusive em parceria com outros institutos), buscando engajar a sociedade na causa ambiental e incentivar práticas sustentáveis.

Principais Projetos

A atuação do Instituto se estende inclusive por diferentes setores da sociedade, somando esforços para uma cultura ambientalmente responsável. Segundo Raphael Gaspar, Diretor de Projetos, o Instituto Últimos Refúgios faz parcerias desde o poder público até o segundo e terceiro setores da indústria. “A gente tem parcerias com setor público, como o IEMA, as prefeituras, secretarias e escolas, trabalhando o meio ambiente e educação. Nossas cooperações também acontecem com outros institutos, o Instituto Terra, o Instituto Marcos Daniel, através do projeto Caimã, Vale, Arcelor Mittal, Unimed, Medsênior, enfim; aqueles que têm boas iniciativas para contribuir conosco e nós com eles”, frisa.

Projeto Baía das Tartarugas – Foto de Instituto últimos refúgios

Com a missão de proteger a biodiversidade e promover a conscientização ecológica, o instituto tem implementado uma série de projetos que não apenas preservam a fauna e flora locais, mas também envolvem a comunidade social e científica.

O “Projeto Marsupiais”, por exemplo, documenta a fauna de Marsupiais presentes na Mata Atlântica, a fim de promover sua conservação e conhecimento científico, através de ferramentas audiovisuais.

O Projeto de Conservação da “Baía das Tartarugas”, é uma iniciativa realizada na região do litoral da Grande Vitória, em parceria com projetos governamentais e com a população, promovendo a comunicação (cultural e difusão científica) e turismo ambientalmente responsável.

O projeto “Amigos da Jubarte” é um exemplo da parceria entre institutos. Criado pelos Institutos Últimos Refúgios e O Canal, busca de aumentar a observação de baleias no estado, mostrando o grande potencial turístico e científico que a presença desses animais representa. O Instituto Últimos Refúgios fez parte do projeto de sua criação até o ano de 2022.

Raphael também fala sobre como o instituto vem se esforçando para sempre estar desenvolvendo novos projetos, conciliando as demandas do nosso estado com estratégias de planejamento e inovação. “Os maiores desafios que a gente enfrenta, é o de atrair empresas e parceiros, afinal a captação de recursos é crucial para manter o instituto”, comenta. Diante destes desafios, o diretor manifesta o desejo de conseguir um mantenedor fixo para o instituto, para a concretização de um grande projeto: “No programa de educação ambiental Nós queremos abrir um centro de educação ambiental, onde possamos receber escolas e oferecer um conjunto completo de ferramentas, de atividades, de educação ambiental.”

Outras frentes

Entre as formas de divulgar a importância do cuidado com a terra estão as ferramentas audiovisuais e literárias. Raphael divulga os projetos que são acessíveis para todos: “Outro projeto que será lançado agora em meados de novembro de 2024, nesse ano ainda, é o projeto Bahia das Tartarugas, é uma produção de um livro que veio com campanhas ecológicas. Além dele, nós já preparamos junto com o Projeto Tamar uma exposição, onde vamos fazer esse lançamento lá e chamar a atenção para a grande riqueza das áreas costeiras e oceânicas que a gente tem aqui no Espírito Santo. Ao mesmo tempo, a gente também tem o projeto de coleta seletiva na ilha do Frade, em cooperação com a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Ilha de Vitória (AMARIV), para poder fazer com que essa galera tenha uma remuneração através dos resíduos que eles coletam na ilha”.

Projeto Pegada: Coleta seletiva e retirada de lixo das praias – Foto de Instituto

Lúdico para educar o futuro

O Instituto Últimos Refúgios desempenha um papel crucial na educação e conservação ambiental no Espírito Santo, por convidar os cidadãos a participar ativamente da proteção da natureza. Um aspecto particularmente eficaz do seu trabalho é o uso de elementos lúdicos para ensinar crianças sobre a importância do meio ambiente.

No Instituto, elementos como mascotes desempenham um papel importante na sua abordagem educativa, além de atrair a atenção do público. Frequentemente, os mascotes representam espécies de animais ameaçadas ou ecossistemas específicos, de uma forma que seja atraente e acessível para crianças e adultos. Esses mascotes não apenas ajudam a criar uma identidade visual para a organização, mas também facilitam a conexão emocional, principalmente das crianças, com o tema trabalhado pelo instituto, com questões ambientais e promovendo maior conscientização e apoio às iniciativas de conservação.

Alguns dos “amiguinhos” das iniciativas são: Athena, a coruja-buraqueira, Penélope, a gambá-de-orelha-preta e Olívia, a tartaruga-verde (animal já bastante popular também pelo Projeto Tamar).

Juliane dos Santos, que atua com o Instituto como um dos mascotes comenta que já participou de diversas atividades, e destaca a importância de popularizar os bichinhos da nossa fauna. “É um trabalho muito bom, porque, além de chamar a atenção das pessoas, é uma recreação, uma brincadeira que informa, com os educadores ambientais”, comenta.

Juliane também frisa a importância desse contato com as novas gerações. “Eu acredito que a mudança parte de nós mesmos, e, se a gente pode chamar a atenção e mudar aos poucos, especialmente para as crianças, já é impacto o bastante. Afinal, elas são o nosso futuro.”

Compartilhe